Currículo Comentado

 

1985 - A Faculdade de Comunicação da UFBa foi a minha opção no vestibular. Já casado aos 18 anos de idade, e com um filho de um ano, desde o primeiro semestre de faculdade eu decidi que tinha de entrar na área de Comunicação e invadir o mercado de trabalho. Na minha adolescência eu li o livro “O Choque do Futuro”, de Alvin Tofler, mas nunca poderia imaginar as transformações que ocorreriam na minha frente durante a minha trajetória profissional.

 

1986 - A TV Itapoan, através do programa Câmera Cinco, ofereceu meu primeiro trabalho na área de jornalismo como assistente de produção. Era campanha eleitoral para governador (Waldir Pires) e a assumi a produção jornalística do Programa Câmera Cinco, do Sistema Nordeste de Comunicação/ TV Itapoan. Um programa de entrevistas de estúdio, ao vivo, dirigido pelo jornalista Carlos Mendes. O Câmera Cinco foi um dos melhores programas de jornalismo político do estado da Bahia, transmitido diariamente para mais de 300 municípios, com quatro blocos de 10 minutos de produção cada. Meu primeiro mergulho na mídia foi através da televisão. Aprendi o que é timing, o que é stress, a produzir uma entrevista e a entender o poder da comunicação de massa, pelo lado de dentro.

 

1987 - No ano seguinte, assumi o cargo de Editor do programa Câmera Cinco com acúmulo de funções de redator e produtor jornalístico. Foi um momento de intensa experiência, no qual desempenhei diversas funções de bastidores da notícia. Edição de vídeo, redação da pauta de entrevistas, roteiro de todo o programa com contagem de tempo, produção e direção de estúdio... Tive contato com computadores, editores de imagens, linguagem de câmera e de cena. A experiência com o telejornalismo foi um verdadeiro laboratório de prática para quem estava com apenas dois anos de Faculdade de Comunicação. Participei do processo de reformatação do programa, predominantemente de estúdio, para uma revista de debates matinais, com equipes de jornalismo fazendo reportagens especiais em VT para a Rede Nacional. Não conseguia mais tempo para estudar e apesar de todo o sucesso, me atrasava na faculdade. Tinha uma escolha a fazer e escolhi meu futuro.

 

1988- Entre os meses de julho de 87/dezembro de 87 e julho de 88/ dezembro de 88, me afastei da televisão para trabalhar como estagiário de comunicação na Gerência de Recursos Humanos do Serviço Social do Comércio (SESC). Trabalhar com psicólogos e pedagogos é muito interessante. Criávamos de tudo, desde redação de textos para manuais do servidor à programação visual do material de treinamento, mural etc. Já não era mais comunicação de massa porque o público estava ao meu lado, o que era muito mais gratificante. Mas a verdade é que eu queria me aproximar da publicidade, ramo de atividade que muito me atraía desde a adolescência. Logo depois consegui um estágio na agência de publicidade Engenhonovo / Publivendas, no setor de RTVC - Produções para Rádio, Televisão e Cinema. Vi de perto o trabalho de profissionais de atendimento, criação, produção, arte, participei da produção de campanhas e acabei mergulhando de cabeça num mundo em que o perfeccionismo define a hora de terminar o trabalho, varando as madrugadas.

 

1989- Me vi em uma situação pior ainda... sem tempo para os estudos e com uma bolsa de estagiário que não sustentava família alguma. Tinha de partir para algo diferente, algo mais desafiador. Fiz um teste no Jornal Correio da Bahia e iniciei uma nova fase de experiências através do jornalismo impresso. Foi paixão a primeira vista. Escrever, relatar fatos e interpretar as versões para a construção daquilo que chamamos de notícias, ou recortes da realidade. Notícias alegres, tristes, históricas, didáticas, revoltantes, premiadas... Durante cinco anos fui repórter especial da Editoria de Cidade do Jornal Correio da Bahia, um importante laboratório prático que estendeu meus conhecimentos para além das técnicas de reportagem. Neste período o Correio da Bahia sofreu sua primeira reforma Gráfico/Editorial. Aprendi a ‘copidescar’ o texto dos outros, a montar uma página com um diagramador, a dar títulos para o redator...

 

1990/91- Esse meu aprendizado na Comunicação foi sendo construído como o mais plural possível. Já havia passado por televisão e publicidade e acabei por desempenhar funções estratégicas para a minha formação, fazendo reportagens para o Jornal Correio da Bahia para as mais diversas editorias (cidades, economia, política, cultura, esportes, economia, e até polícia). Além disso, vivenciei experiências como ‘pauteiro’, chefe de reportagem e em edições de páginas, ajudando ou substituindo em alguns momentos.

 

1992- Também trabalhei com pesquisa jornalística para os comitês dos candidatos Lídice da Mata (junho) e Manoel Castro (agosto/setembro) nas eleições de 1992. Tempos de eleições para a Prefeitura Municipal do Salvador. As pesquisas, feitas em bibliotecas públicas e privadas e clipping eletrônico de telejornais, que muniam as equipes de jornalismo das candidaturas de informações. Aprendi a construir dossiês e a descobrir informações estratégicas para serem utilizadas nas campanhas, como “vírus” ou “vacinas”...

 

1993- No ano seguinte eu recebi o convite para participar da criação da primeira redação informatizada do Estado da Bahia. Paralelamente às minhas atividades como Repórter Especial do Correio da Bahia, assumi o mesmo cargo no Jornal Bahia Hoje, do Sistema Nordeste de Comunicação. Trabalhei durante um ano com processos tecnológicos diferentes para a produção jornalística, comparando, vivenciando e avaliando os novos procedimentos e a inserção das novas tecnologias em Comunicação. Neste mesmo período ganhei os dois mais importantes prêmios de jornalismo no estado, entre eles, o da Associação Baiana de Imprensa (ABI - dezembro/1993).

 

1994- Concorri ao Prêmio Baía de Proteção Ambiental (COFIC – 1994), o mais importante prêmio do jornalismo ecológico baiano, com duas reportagens. Uma pelo Correio da Bahia e outra pelo Bahia Hoje. A reportagem do Correio da Bahia venceu e com o dinheiro do prêmio comprei meu primeiro computador. Mesmo alimentando críticas quanto ao processo de introdução das novas tecnologias no jornal Bahia Hoje, escolhi sair do Correio da Bahia em função do novo desafio das novas tecnologias da informação.

 

1995- A experiência com o Bahia Hoje, apesar de render boas reportagens, mostrou-se um grande fracasso em dois anos. O projeto de informática criou um sistema que não respeitava o processo de trabalho do jornalista, criando obstáculos, resistências e conflitos. Uma greve pôs fim ao sonho do primeiro jornal informatizado da Bahia e, antes mesmo de decretada a falência do jornal, entre os anos de 1995 e 1996, eu já assumia Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Professores do Estado da Bahia / SINPRO e retornava ao jornal Correio da Bahia.

 

1996 - Neste segundo período de Correio da Bahia vivenciei mais duas importantes experiências na minha formação profissional: a informatização da redação e a segunda reforma gráfica do jornal, com a introdução do elemento cor. Também neste período, ganhei mais uma vez o prêmio da Associação Baiana de Imprensa (ABI - novembro/1996) e já me preparava para alçar vôos ‘internéticos’ próprios, quando recebi outro convite desafiador...

 

1997- Fui convidado para assumir a responsabilidade pela Comunicação com a Imprensa e pelo Centro de Documentação da Fundação Odebrecht, que desenvolve um trabalho com adolescentes com a missão de formá-los para a vida. Na Fundação Odebrecht me aprofundei ainda mais na questão das novas tecnologias aplicadas a ciência da informação, desenvolvendo, com a bibliotecária Sônia Cordeiro, a Proposta de Reorganização do Centro de Documentação do Núcleo de Comunicação e Documentação da Fundação Odebrecht.

 

1998- A experiência vivida para a construção da proposta para a Fundação Odebrecht, que visou a criação de um Sistema de Informações apoiado num Sistema de Apoio de Decisões (informações estratégicas) e conectado através de um ambiente de rede, ampliou definitivamente meus horizontes profissionais. Descobri um novo universo teórico e um campo de pesquisa decisivo para o futuro do meu ofício. Decidi retornar à universidade como aluno especial na primeira turma do mestrado do Instituto da Ciência da Informação, criado pela Universidade Federal da Bahia, enquanto trabalhava como free lance para o Jornal O Globo como já vinha fazendo em períodos de férias. Nesta oportunidade, cobri o enterro do Deputado Luis Eduardo Magalhães.

 

1999- Mal o ano começa e recebo mais um convite desafiador. Desta vez para participar da equipe de Comunicação e Marketing fundadora da Fundação Luís Eduardo Magalhães. Logo em seguida fui selecionado pelo 3º Curso de Especialização de Educação Continuada e à Distância, da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UNB) / Cátedra UNESCO de Educação a Distância, concluído em dezembro de 2000. Meu desafio é desenvolver um ambiente não-presencial de aprendizagem, a partir de processos compartilhados de informações que permita a todos integrantes do grupo o acompanhamento e a avaliação do processo de construção coletiva de conhecimentos: redes de aprendizagem.

 

2002- A reflexão sobre meus diálogos com as novas tecnologias da informação, no ambiente da Fundação Luis Eduardo Magalhães, se deu em meio a um resgate de minha atuação profissional no período que compreende maio de 1999 a julho de 2002. A construção do meu pensamento, a revisão de meus princípios e como os consubstanciei em propostas, projetos e contribuições para a assessoria de comunicação da Fundação Luís Eduardo Magalhães. Memórias de um trabalho no qual procuro, inquietamente, ir além do jornalismo, explorando ao máximo as possibilidades de construção de novas linguagens para o meio eletrônico e democratização da comunicação dentro das organizações.

 

2003- O próximo desafio foi o Departamento de Comunicação da Bahiatursa, onde desenvolvi trabalhos de produção e divulgação da Bahia e de programas da Bahiatursa a partir da produção de releases e ostensivo trabalho de distribuição de reportagens e notas jornalísticas, mantendo contatos diretos com jornalistas. Meu principal projeto foi a introdução do Clipping Eletrônico e a programação da Ferramenta de Publicação e Avaliação Eletrônica do Clipping, desenvolvida junto aos programadores da Bahiatursa

 

2003/2004- Em julho de 2003, o Departamento de Comunicação da Bahiatursa (Decom) passou a produzir o Relatório de Clipping contabilizando também a centimetragem das matérias produzidas e publicadas nos jornais impressos. A introdução do cálculo de centimetragem permitiu ao Decom avaliar o espaço que vem sendo ocupado na imprensa e ter uma referência sobre o valor de mercado que as reportagens correspondem. O passo seguinte foi a criação da Ferramenta de Publicação e Avaliação Eletrônica do Clipping, para poder organizar, indexar e disponibilizar informações sobre a publicação nos jornais e revistas e em meio on-line (Internet) sobre temas de interesse da Bahiatursa.

 

2004- A ferramenta, inaugurada em MAIO de 2004, permite não só o acompanhamento do que está sendo publicado (matérias da própria Bahiatursa e as espontâneas), mas avaliar a informação em termos de conteúdo, espaço, valor de mercado e historicidade, quando compararmos os dados mês a mês. O relatório é feito através de tabela ou gráfico (Número de Publicações e Centimetragem), balanço do clipping (tabela com veículos, número de publicações, centimetragem e valor de mercado), ficha do clipping (a ficha de todos os clipping pesquisados) e listagem de matérias (com o conteúdo das reportagens). Mas a ferramenta permite múltiplas leituras e comparações. A prospecção de ambiente pode ser ampliada a partir do cruzamento de quaisquer metadados registrado, estruturando perguntas como “Matérias de A Tarde que Cita o presidente?”; “Matérias que vendem a Bahia com publicação de fotos?” ou “Matérias espontâneas que vendem a Bahia?”, entre outras. As possibilidades são inúmeras.

 

2005/2006- Outro produto desenvolvido foi a criação do CD-ROM com fotografias e reportagens voltado para jornalistas. O CD foi lançado nacionalmente durante o Congresso da ABAV (Associação Brasileira dos Agentes de Viagem), em outubro de 2003, e suas atualização prosseguiram até 2006. Utilizando a tecnologia FLASH, a novidade do CD foi o sistema de navegação através do mapa da Bahia, linguagem mais tarde absorvida pelo CD de capacitação para agentes e operadores de viagem. A experiência da produção dos CDs para a Imprensa, com recursos próprios do departamento, socializou conhecimentos sobre tratamento de imagens e edição em HTML com a equipe profissionais e estagiários do DECOM. Também não podemos esquecer o grande avanço no setor de fotografia do DECOM, a partir do ano de 2004, com a escolha de cromos e a posterior digitalização do acervo selecionado para agilizar a distribuição para a mídia impressa através de meio eletrônico e para o compartilhamento com o Departamento de Planejamento e Marketing (DEPLAM). As fotografias foram organizadas através da seguinte nomenclatura: região turística, localidade, motivação e autoria. Todo o acervo digitalizado ocupa 30 gigabytes de memória ao longo dos dois anos de digitalizações.

 

2007 – Com a dissolução da equipe de Assessoria de Comunicação da Bahiatursa, fui convidado para desempenhar as mesmas funções na Prefeitura Municipal de Camaçari, gerenciando a equipe de jornalistas e fotógrafos, desenvolvendo projetos na área de Tecnologia da Informação (clipping eletrônico, catalogação de reportagens e fotografias, sistema de distribuição para a imprensa) além de escrever reportagens. Neste período, escrevi o documento “Representação da Prefeitura Municipal de Camaçari na Internet-Reflexões para o debate sobre as novas tecnologias da informação - Sugestões para a modelagem do site da Prefeitura de Camaçari”, quando recebi um convite desafiador da Secretaria Municipal de Educação de Salvador: criar e dirigir um programa de TV educacional para a alfabetização de Jovens e Adultos.

 

2007/2008 - Cidade das Letras – Um ponto final no analfabetismo é um programa de TV de cunho didático que faz parte do Programa Municipal Salvador Cidade das Letras, de alfabetização de jovens e adultos, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador com o BRASIL ALFABETIZADO do Ministério da Cultura e Educação (MEC). A proposta visa apoiar as atividades de sala de aula através de programas que irão ao ar semanalmente, aos domingos, pela “Rede de Televisão Bandeirantes”, em edições de 28 minutos sem intervalo comercial. Foram desenvolvidos 12 programas, a partir do conteúdo programático da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador, revisando conteúdos da semana anterior e antecipando as atividades da semana seguinte, com informações jornalísticas e didáticas complementares às de sala de aula e voltadas para o aluno e para o professor do Programa Municipal Salvador Cidade das Letras.



Contact

Mauricio Sotto Maior

Maurício Gomes Sotto Maior
Rua Padre Manoel Barbosa, 27-b, 1101, Itaigara Salvador
CEP:41815-050 - Bahia


Tel: 55 (71) 88495641 // 33582004




 


Powered by Vocaroo